terça-feira, 21 de agosto de 2012

Aos Vitais: Vovó e Vascão

21 de agosto. Dia especial, que não poderia passar em branco aqui no Sempre Bolar. Vovó Luzete completa 85 anos. Mãe duas vezes, amorosa, sempre preocupada com os filhos, marido, netos, bisnetos, afilhados, eterna professora, seja do beabá ou de pegadinhas, desenhos e palavras-cruzadas. Memória incrível, apesar de alegar o contrário. Brincalhona, talentosa, muito querida e digna de todas as bênçãos e alegrias que a vida a proporciona. Palmas e meus agradecimentos a ela, homenageada singela e merecidamente nessas primeiras linhas.

Palmas e palmadas para outra paixão que aniversaria nessa terça-feira. Escrito também com as iniciais do 'V' de vovó, de vitória, de Vasco da Gama e seus 114 anos completados hoje. Se a matriarca Esteves merece apenas congratulações, o amado clube carioca deve ser celebrado por todas as conquistas, sim. Sejam elas de títulos ou de cunho social na história, como o pioneirismo ao incluir em seu elenco profissional os primeiros negros. No entanto, o puxão de orelha, que as vovós costumam evitar em seus netinhos, tem de ser aplicado na diretoria cruzmaltina. Até porque, no contexto futebolístico, o Vasco está mais para vovô sem vergonha do que para neto mimado.

Cadê o fôlego?

Aproveitando as Olimpíadas, que ainda estão frescas nas pautas de jornais, rádios e tevês, coloquemos o Gigante da Colina nas raias da natação. Tem um passado de bons resultados, conquistas, à exemplo de Gustavo Borges e Xuxa. Porém, a safra não foi renovada em um intervalo de dez anos, por falha dos agentes responsáveis, quando o Vasco deixou de somar títulos e formar ídolos e o esporte aquático sobreviveu do mesmo Gustavo. Após chegar ao fundo do poço, a Segundona, o time se reergueu, por meio de uma gestão pés no chão e voltou a figurar no cenário nacional e continental. Nas raias, surgiu Thiago Pereira, Cielo e o ouro olímpico em Pequim.

Nas piscinas, quatro anos mais tarde, uma prata, um bronze e a decepção daqueles que esperavam a confirmação do favorito Cesão. Investimentos insuficientes ou em grande escala concentrados em poucos atletas? Em São Januário, debandada de quatro importantes jogadores, depois de o entrosado elenco ter abocanhado o título da Copa do Brasil em 2011 e ter chegado às finais de quase tudo o que disputou após a redenção. Foram para o exterior Fágner, Diego Souza, Rômulo e Allan. Com exceção desse último, todos titulares absolutos. As reposições foram feitas corretamente? Wendell, bom meia, tem jogado muito bem. Auremir é uma aposta. Jonas ainda não pode mostrar o futebol elogiado no auge do Coritiba. Casalberto? Aposta da aposta.

A competição está em curso e a equipe, entre braçadas e pernadas sincronizadas, permaneceu um bom tempo à frente de rivais mais técnicos, encorpados. Sete jogos sem tomar gols. Agora todos estão quase no meio da piscina, o fôlego cruzmaltino parece estar se esgotando sem uma nova oxigenação, principalmente nos órgãos vitais, como o cérebro (meio-campo pensante, armador). Prass, Dedé, Juninho e Felipe não podem ser os únicos protagonistas nesse revezamento. É a hora da virada, bater os pés e impulsionar o Vasco para os últimos e decisivos metros. Até o momento, estamos com o bronze do Cielo no peito. E já sabemos que a prata do Thiago não nos interessa mais.

No melhor estilo barata, 'morde e assopra', agradeço ao Vascão por ter se tornado marca registrada em minha personalidade. Por todas as alegrias, vitórias, momentos de união entre familiares e amigos vascaínos e até mesmo os quases tão subestimados por adversários.

Porque "és minha vida, minha história, meu primeiro amigo"!


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