terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Brasileirão é o melhor do mundo, sim, senhor!

E esses milhões de torcedores de outros times que apareceram tentando surfar na onda - na verdade, caldo - que o Peixe tomou no Japão?! O futebol é um entretenimento e as zoações sempre farão parte do jogo. Concordo e também sou adepto. Entretanto, discordo veementemente daqueles que dizem que não temos o melhor Campeonato Nacional de todos, sobretudo após o quase imbatível Barcelona golear o Santos na final do Mundial Interclubes, quando essa tese veio à tona nas redes sociais e programas televisivos.

Ora, o Brasileirão é o melhor campeonato nacional do mundo, sim, senhor! Com patrocínios e orçamentos exorbitantes é muito simples montar seleções do calibre de Chelsea, Manchester City, Real Madrid, Internazionale, Bayer Munchen e tornar os campeonatos um desfile de craques oriundos de inúmeros países que não têm condições de manter suas joias. Via de regra, essas equipes não dependem tanto da categoria de base para renovarem títulos, conquistas e fazer caixa. 

Neste país tupiniquim, celeiro de talentos, nossos times são obrigados a se reinventarem. Eles inovam, reproduzem peças para substituir as perdas e superar obstáculos, como se fossem reflexo da vida da maioria dos brasileiros; vencedores. Todos os anos surgem jogadores brilhantes, logo são especulados na Europa e, se não houver habilidade das diretorias, eles se vão sem nem nos mostrar o futebol que encantou os europeus.

Ao invés de delegarem o fracasso a Neymar e ao futebol brasileiro, se é que pode-se dizer assim, na final contra o Barcelona, deve-se exaltar, primeiramente, a aula de movimentação, passe, solidariedade, disciplina e arte que os catalães, mais uma vez, deram. Há 30 anos o Barça planta, rega, cativa e protege sementes que há mais de seis anos o faz colher glórias e proporcionar momentos inesquecíveis aos amantes do esporte. 

E não esqueçamos do craque santista, de apenas 19 anos, com um currículo invejável que poucos jogadores em fim de carreira podem apresentar no País. Perdeu, sucumbiu, junto a todos os outros atletas, que, em maioria, têm futebol muito abaixo do seu e sequer chegaram à seleção brasileira. Decepcionou? Não. Xavi e Iniesta, hoje considerados dois dos melhores do mundo, nunca perderam uma final de Mundial? E não contavam com Durval, Bruno Rodrigo e Henrique titulares. O moleque da Vila é esperança e referência que teremos em 2014, mas, até lá, continuará a nos oferecer lances que valerão o ingresso pago, o espontâneo suspiro, as duas horas de tevê assistidas.

Justiça feita, volto e repito: temos o melhor campeonato, sem dúvidas. Tecnicamente pode ser inferior aos grandes centros do Velho Continente, por motivos já citados. No entanto, é o mais disputado, emocionante e surpreendente. Aqui as casas de apostas não têm apenas duas opções. Têm, pelo menos, seis no início de cada temporada. E o que é melhor: nem sempre os favoritos vencem. Os clubes ainda pelejam em planejamento, profissionalismo, porém, avanços já são notados e celebrados.

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